O HOMEM DO ESPAÇO

3’ | bw | 2017

Era um dia de chuva em Vitória e decidi sair pra fotografar. Haviam muitas construções na cidade nesse período. Sempre me interessou esse processo de transformação da paisagem urbana. Me aproximei de uma construção próximo a orla e vi aquele cenário geométrico em que os trabalhadores eram como fragmentos que erguiam toda aquela estrutura grandiosa. Me despertou interesse essa relação entre eles de escala e proporção. 

Fiz o vídeo e ele ficou guardado por um tempo. Eu acreditava que talvez ele pudesse fazer parte de um outro ensaio que estava realizando na mesma época, “Vitória, cidade imaginada”. Quando me encontrei com o Júlio Martins, na ocasião da exposição na Homero Massena (“Daqui começo o mundo…”), conversamos sobre o trabalho, ele assistiu e logo decidiu colocá-lo para expor. A exposição, fazia parte de uma extensão de uma outra exposição que acontecia no Palácio Anchieta, "Moderna para sempre”. Acredito que o vídeo entra num contexto de diálogo com relação as mudanças do espaço urbano. Tanto em sua aparência quanto a sua forma. Qual cidade construímos? Qual cidade almejamos? 


Trecho da entrevista para o livro RASURAS, de Erly Vieira Jr.